O LOUVOR É TRANSCEDENTE

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Quando amadores governam… Tragédia e amadorismo no Brasil*

 

Fico perplexo ao deparar com o amadorismo que abarrota a (de)gestão pública. Seria o Brasil o país do amadorismo?
Li ontem, no portal G1, uma matéria jornalística que, mais uma vez, me deixou perplexo. A matéria inicia-se da seguinte forma:

Após a tragédia que matou mais de 230 pessoas em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, várias cidades do país estão intensificando a fiscalização nas casas noturnas”.

A redação da matéria é suficiente para identificarmos questões absurdas, porém, normais e corriqueiras no “país do amadorismo”.
Nota-se que
após a tragédia” tem-se inicio uma preocupação com a fiscalização. Nesse sentido, fiscalização deixou de ter seu sentido original de prevenção para passar a atuar como juiz: ação punitiva. É como se nas cabecinhas dos nossos (des)gestores estivesse tal pensamento: temos que punir os empresários culpados de tragédias como essa. Tal pensamento sugere que tais empresários constroem suas casas de show do dia para a noite e que importa, agora em funcionamento, serem fiscalizadas. Aff, é de o queixo cair sobre o dedão do pé.
Outro ponto, ou melhor, aberração a ser destacada é que “várias cidades do país estão intensificando a fiscalização nas casas noturnas”. Tal afirmativa induz o leitor a acreditar que trata-se de um número significante de cidades, o que não é verdade. Nota-se ainda que o foco são apenas as casas noturnas, como se as irregularidades fossem centradas apenas ali. Será que precisamos ter novas (que parecem já serem velhas) tragédias para que outras áreas de perigo possam receber fiscalização, ainda em suas construção? Seria necessário, no “país do amadorismo”, ocorrer tragédias em escolas, templos religiosos, circos, parques, rodoviárias, restaurantes, bancos, entre outros lugares de grande público para que haja fiscalização nesses locais?
É de nos deixar perplexo com tanto amadorismo que abarrota a (de)gestão pública (sem entrar aqui no mérito dos subornos tão comuns em casos de fiscalização).
Dizem que o Brasil é o país do futuro. Há nisso um fundo de verdade: por essas bandas precaução não existe, preferimos o futuro... primeiro tragédia depois, só depois, fiscalização... o pior que o depois está ainda em um futuro distante. Por ora algumas poucas cidades passaram fazer uma fiscalização meia-boca. Por isso que ao invés de “país do futuro”, prefiro o adjetivo “amador”.
Por Cristiano Bodart

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